Tratamento da Absinência Alcoólica
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Tratamento da Absinência Alcoólica
Tratamento da absinência alcoólica
Os objetivos do tratamento da síndrome de abstinência do álcool são: 1. o alívio dos sintomas existentes; 2. a prevenção do agravamento do quadro com convulsões e delirium; 3. a vinculação e o engajamento do paciente no tratamento da dependência propriamente dita; 4. a possibilidade de que o tratamento adequado da SAA possa prevenir a ocorrência de síndromes de abstinência mais graves no futuro.
. Tratamento ambulatorial
Ao receber o paciente, a atitude do profissional de saúde deve ser acolhedora, empática e sem preconceitos. O tratamento da SAA (quadro agudo) é um momento privilegiado para motivar o paciente para o tratamento da dependência (quadro crônico). Deve-se esclarecer a família e, sempre que possível, o próprio paciente sobre os sintomas apresentados, sobre os procedimentos a serem adotados e sobre as possíveis evoluções do quadro. Deve ser propiciado ao paciente e à família o acesso facilitado a níveis mais intensivos de cuidados (serviço de emergência, internação) em casos de evolução desfavorável do quadro. É importante ainda reforçar a necessidade de comparecimento nas consultas remarcadas, que serão tão freqüentes quanto possível, nos primeiros 15 dias do tratamento.
Abordagem não-farmacológica:
• Orientação da família e do paciente quanto à natureza do problema, tratamento e possível evolução do quadro; • Propiciar ambiente calmo, confortável e com pouca estimulação audiovisual;
• A dieta é livre, com atenção especial à hidratação;
• O paciente e a família devem ser orientados sobre a proibição do ato de dirigir veículos;
• As consultas devem ser marcadas o mais brevemente possível para reavaliação.
Abordagem farmacológica:
• Reposição vitamínica: tiamina intramuscular, nos primeiros 7-15 dias; após esse período a via é oral. Doses dev300mg/dia de tiamina são recomendadas com o objetivo de evitar a Síndrome de Wernicke, que cursa com ataxia, confusão mental e anormalidades de movimentação ocular extrínseca (essa última, nem sempre presente);
• Benzodizepínicos (BDZs): a prescrição deve ser baseada em sintomas. Dessa forma, as doses recomendadas são as que, em média, o paciente pode receber num determinado dia. O paciente e os familiares devem ser informados a respeito dos sintomas a serem monitorados e orientados sobre a conveniência de utilizar a maior dosagem da medicação à noite. Se houver qualquer sintoma de dosagem excessiva de BZD, como sedação, deve-se proceder a interrupção da medicação. Diazepam: 20mg via oral (VO) por dia, com retirada gradual ao longo de uma semana ou Clordiazepóxido: até 100mg VO por dia, com retirada gradual ao longo de uma semana. Nos casos de hepatopatias graves: Lorazepam: 4mg VO por dia, com retirada gradual em uma semana.
Ocorrendo falha (recaída ou evolução desfavorável) dessas abordagens, a indicação de ambulatório deve ser revista, com encaminhamento para modalidades de tratamento mais intensivas e estruturadas.
Internação domiciliar
O paciente deve permanecer restrito em sua moradia, com a assistência dos familiares. Idealmente, o paciente deverá receber visitas freqüentes de profissionais de saúde da equipe de tratamento. Deve ser propiciado ao paciente e à família o acesso facilitado a níveis mais intensivos de cuidados (serviço de emergência, internação) em casos de evolução desfavorável do quadro.
Abordagem não-farmacológica:
• A orientação da família deve ter ênfase especial em questões relacionadas à orientação têmporo-espacial e pessoal, níveis de consciência, tremores e sudorese;
• Propiciar ambiente calmo, confortável e com pouca estimulação audiovisual;
• A dieta é leve, desde que tolerada, com atenção especial à hidratação;
• Visitas devem ser restritas, assim como a circulação do paciente.
Abordagem farmacológica:
• Reposição vitamínica: a mesma recomendada para o tratamento ambulatorial;
• Benzodiazepínicos (BDZs): a prescrição deve ser baseada em sintomas. Dessa forma, as doses recomendadas são as médias que o paciente pode atingir num determinado dia; o paciente e os familiares devem ser informados a respeito dos sintomas a serem monitorados e orientados sobre a conveniência de utilizar a maior dosagem da medicação à noite. Deve-se ressaltar que a dose adequada é aquela que diminui os sintomas da abstinência, e que, portanto, em algumas situações, doses muito maiores do que esta recomendada podem ser indicadas. Diazepam: 40mg via oral (VO) por dia, com retirada gradual ao longo de uma semana; ou Clordiazepóxido: 200mg VO por dia, com retirada gradual ao longo de uma semana. Nos casos de hepatopatias graves: Lorazepam: 8mg VO por dia com retirada gradual em uma semana. Na recaída ou evolução desfavorável, está indicado o tratamento hospitalar.
Referência
Ronaldo Laranjeira (SP), Sérgio Nicastri (SP), Claudio Jerônimo (SP), Ana C Marques (SP). Consenso sobre a Síndrome de Abstinência do Álcool (SAA) e o seu tratamento. Rev Bras Psiquiatria; 2000;22(2):62-71.
Obs: Há também o tratamento hospitalar, mas como não é o foco da Atenção Primária não inclui.
Os objetivos do tratamento da síndrome de abstinência do álcool são: 1. o alívio dos sintomas existentes; 2. a prevenção do agravamento do quadro com convulsões e delirium; 3. a vinculação e o engajamento do paciente no tratamento da dependência propriamente dita; 4. a possibilidade de que o tratamento adequado da SAA possa prevenir a ocorrência de síndromes de abstinência mais graves no futuro.
. Tratamento ambulatorial
Ao receber o paciente, a atitude do profissional de saúde deve ser acolhedora, empática e sem preconceitos. O tratamento da SAA (quadro agudo) é um momento privilegiado para motivar o paciente para o tratamento da dependência (quadro crônico). Deve-se esclarecer a família e, sempre que possível, o próprio paciente sobre os sintomas apresentados, sobre os procedimentos a serem adotados e sobre as possíveis evoluções do quadro. Deve ser propiciado ao paciente e à família o acesso facilitado a níveis mais intensivos de cuidados (serviço de emergência, internação) em casos de evolução desfavorável do quadro. É importante ainda reforçar a necessidade de comparecimento nas consultas remarcadas, que serão tão freqüentes quanto possível, nos primeiros 15 dias do tratamento.
Abordagem não-farmacológica:
• Orientação da família e do paciente quanto à natureza do problema, tratamento e possível evolução do quadro; • Propiciar ambiente calmo, confortável e com pouca estimulação audiovisual;
• A dieta é livre, com atenção especial à hidratação;
• O paciente e a família devem ser orientados sobre a proibição do ato de dirigir veículos;
• As consultas devem ser marcadas o mais brevemente possível para reavaliação.
Abordagem farmacológica:
• Reposição vitamínica: tiamina intramuscular, nos primeiros 7-15 dias; após esse período a via é oral. Doses dev300mg/dia de tiamina são recomendadas com o objetivo de evitar a Síndrome de Wernicke, que cursa com ataxia, confusão mental e anormalidades de movimentação ocular extrínseca (essa última, nem sempre presente);
• Benzodizepínicos (BDZs): a prescrição deve ser baseada em sintomas. Dessa forma, as doses recomendadas são as que, em média, o paciente pode receber num determinado dia. O paciente e os familiares devem ser informados a respeito dos sintomas a serem monitorados e orientados sobre a conveniência de utilizar a maior dosagem da medicação à noite. Se houver qualquer sintoma de dosagem excessiva de BZD, como sedação, deve-se proceder a interrupção da medicação. Diazepam: 20mg via oral (VO) por dia, com retirada gradual ao longo de uma semana ou Clordiazepóxido: até 100mg VO por dia, com retirada gradual ao longo de uma semana. Nos casos de hepatopatias graves: Lorazepam: 4mg VO por dia, com retirada gradual em uma semana.
Ocorrendo falha (recaída ou evolução desfavorável) dessas abordagens, a indicação de ambulatório deve ser revista, com encaminhamento para modalidades de tratamento mais intensivas e estruturadas.
Internação domiciliar
O paciente deve permanecer restrito em sua moradia, com a assistência dos familiares. Idealmente, o paciente deverá receber visitas freqüentes de profissionais de saúde da equipe de tratamento. Deve ser propiciado ao paciente e à família o acesso facilitado a níveis mais intensivos de cuidados (serviço de emergência, internação) em casos de evolução desfavorável do quadro.
Abordagem não-farmacológica:
• A orientação da família deve ter ênfase especial em questões relacionadas à orientação têmporo-espacial e pessoal, níveis de consciência, tremores e sudorese;
• Propiciar ambiente calmo, confortável e com pouca estimulação audiovisual;
• A dieta é leve, desde que tolerada, com atenção especial à hidratação;
• Visitas devem ser restritas, assim como a circulação do paciente.
Abordagem farmacológica:
• Reposição vitamínica: a mesma recomendada para o tratamento ambulatorial;
• Benzodiazepínicos (BDZs): a prescrição deve ser baseada em sintomas. Dessa forma, as doses recomendadas são as médias que o paciente pode atingir num determinado dia; o paciente e os familiares devem ser informados a respeito dos sintomas a serem monitorados e orientados sobre a conveniência de utilizar a maior dosagem da medicação à noite. Deve-se ressaltar que a dose adequada é aquela que diminui os sintomas da abstinência, e que, portanto, em algumas situações, doses muito maiores do que esta recomendada podem ser indicadas. Diazepam: 40mg via oral (VO) por dia, com retirada gradual ao longo de uma semana; ou Clordiazepóxido: 200mg VO por dia, com retirada gradual ao longo de uma semana. Nos casos de hepatopatias graves: Lorazepam: 8mg VO por dia com retirada gradual em uma semana. Na recaída ou evolução desfavorável, está indicado o tratamento hospitalar.
Referência
Ronaldo Laranjeira (SP), Sérgio Nicastri (SP), Claudio Jerônimo (SP), Ana C Marques (SP). Consenso sobre a Síndrome de Abstinência do Álcool (SAA) e o seu tratamento. Rev Bras Psiquiatria; 2000;22(2):62-71.
Obs: Há também o tratamento hospitalar, mas como não é o foco da Atenção Primária não inclui.
leandroferreira- Mensagens : 6
Data de inscrição : 19/11/2012
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