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Diverticulite – Diagnóstico

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Mensagem  Thiago Andrade Dom Dez 23, 2012 4:15 pm

A diverticulite dos colos caracteriza-se pelo processo inflamatório de um ou mais divertículos, podendo estender-se às estruturas vizinhas e causar uma série de complicações. A doença diverticular dos colos compreende a diverticulose universal dos colos, a doença diverticular do sigmóide e o divertículo do ceco, cada uma dessas formas com características peculiares. Em relação à diverticulite do sigmóide, essa doença é mais comum em pessoas acima de 50 anos de idade, fato que contribui para o aumento da sua morbimortalidade.

Do ponto de vista fisiopatológico, caracteriza-se por um processo inflamatório do divertículo e das estruturas peridiverticulares, geralmente desencadeado pela abrasão da mucosa do divertículo por um fecalito. Esse processo inflamatório rapidamente envolve o peritônio adjacente, a gordura pericólica e o mesocolo. As manifestações clínicas da doença vão desde discreta irritação peritoneal até quadros de peritonite generalizada.

O sintoma principal é a presença de dor abdominal geralmente localizada na fossa ilíaca esquerda ou na região suprapúbica, à semelhança de uma apendicite do lado esquerdo. A dor, algumas vezes do tipo contínua e outras do tipo cólica, localiza-se desde o início em fossa ilíaca esquerda podendo, em determinadas circunstâncias, irradiar-se para a região dorsal do mesmo lado. É possível encontrar anorexia e náuseas. As alterações do trânsito intestinal estão caracterizadas por obstipação e algumas vezes diarréia. Quando o processo inflamatório atinge a bexiga ou o ureter, o doente manifesta sintomas urinários do tipo disúria e polaciúria.

Ao exame físico encontraremos o paciente febril, pouco taquicárdico. O abdome se encontra discretamente distendido, e os ruídos hidroaéreos, diminuídos. A palpação evidenciará sinais de irritação peritoneal (descompressão brusca positiva, percussão dolorosa) localizados em fossa ilíaca esquerda, região suprapúbica ou, às vezes, generalizada. Em muitas situações, é possível palpar uma massa dolorosa na fossa ilíaca esquerda. O toque retal freqüentemente evidenciará dor em fundo-de-saco. Não devemos esquecer que, em algumas circunstâncias, o quadro clínico da diverticulite do sigmóide pode assumir características de abdome agudo perfurativo ou, mesmo, abdome agudo obstrutivo.

O diagnóstico de diverticulite aguda pode muitas vezes ser feito com base na história e exame físico. Na fase aguda, é útil realizar mais estudos para confirmar o diagnóstico e descartar outras fontes de sinais agudos abdominais.

Febre baixa e leucocitose leve são comuns. No entanto, a sua ausência não exclui o diagnóstico. Outros exames de sangue que são comumente solicitados na definição de um paciente com dor abdominal aguda incluem testes da função hepática e amilose. Testes da função hepática são geralmente normais e amilase é normal ou ligeiramente elevada, especialmente em doentes com a perfuração e peritonite. O exame de urina pode revelar piúria estéril induzido pela inflamação adjacente, a presença de flora colônica sobre a cultura sugere uma fístula colovesical.

A radiografia abdominal simples pode demonstrar o abscesso pericólico sugerido pela presença de uma massa, por gás extraluminal, tanto na massa como na fístula ou por presença de coprolito ou gás em localização ectópica, como bexiga ou saco omental. Apresenta acurácia de 39%.

O enema opaco (baritado ou com meio de contraste iodado hidrossolúvel) para o diagnóstico de diverticulite aguda pode apresentar acurácia acima de 90% quando realizado por radiologistas habilidosos e experientes.

A TC é um método mais sensível para a avaliação inicial de pacientes com suspeita de diverticulite. Apresenta altas sensibilidade (93%), especificidade (100%) e acurácia no diagnóstico de diverticulite aguda. Além disso, é mais sensível que o enema para determinar a presença e a origem das complicações pericolônicas, sendo também útil para sugerir outros diagnósticos em 78% dos casos que mimetizam diverticulite aguda.

Portanto, o papel da TC é confirmar a suspeita clínica, determinar a presença de complicações (por exemplo, abscessos), direcionar o acesso terapêutico (percutâneo ou cirúrgico) e sugerir diagnósticos alternativos quando a hipótese de diverticulite é excluída.

As vantagens do uso da US em relação à TC, na suspeita de diverticulite aguda, incluem: maior disponibilidade, menor custo e a ausência de radiação ionizante ou de meio de contraste iodado (possuem similaridade quanto a acurácia).

Referências:
Antonio Carlos Lopes, Samuel Reibscheid, Jacob Szejnfeld. — Abdome agudo: clínica e imagem. São Paulo: Editora Atheneu, 2006.
Up to date - Clinical manifestations and diagnosis of colonic diverticular disease.
Diagnóstico de diverticulite – Projeto diretrizes
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Thiago Andrade

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